Tecnologia e Evolução dos Negócios
O fundamental nesta evolução tecnologia é a redução de custos e um aumento na lucratividade das empresas, de modo geral, em até 10 vezes ou mais. Um grande exemplo é a Dell Computers, com o fato de atender os clientes pessoais diretamente pela web, vendendo computadores customizados, reduziu seu estoque de 60 computadores por dia, para 60 computadores por ano em estoque. Isso reflete também no atendimento aos clientes. Antes era preciso montar bases e Call Centers caros para o atendimento aos clientes e eram feitos por telefones e correio. A média de um atendimento era de 180 minutos e caiu para 20 minutos, além de reduzir os diversos custos de atendimento ao cliente. Somente na Oracle, o custo de atendimento ao cliente caiu de U$ 350,00 para U$ 20,00.Outros modelos de negócios mudaram. As estratégias das empresas deixaram de “empurrar” para “puxar”, de adivinhar para saber. Isso mesmo. Mas para entender isso é preciso conhecer um pouco da história do Varejo, do atacado e da Indústria:
Até final dos anos 80, era a indústria que mandava no mercado. Tudo que a indústria lançava, vendia aos milhões. Neste período era comum assistir na TV e em diversos outros veículos de comunicação de massa, anúncios de produtos feitos pela própria indústria. Era uma estratégia de empurrar, onde investe em publicidade, gera o interesse e procura dos produtos e os varejistas eram “obrigados” a comprar o produto da mídia para oferecer em seus estabelecimentos. Neste período também, a indústria tinha grande poder sobre os varejistas, pois ela determinava seus lucros e os preços de seus produtos. Soma-se a isso o fato de não haverem muitos concorrentes, pela dificuldade de acesso a tecnologias para a fabricação de produtos.
No final dos anos 80 e inicio dos anos 90 a indústria começou a perder esta grande força que possuía sobre o varejo, com o surgimento de grandes varejistas como, por exemplo, o Wall Mart e o fato de as tecnologias ficarem mais acessíveis a outros empresários, aumentando assim a concorrência. Um distribuidor como o Wall Mart possui um grande poder de compra. É uma empresa varejista que possui lojas no mundo inteiro, além de ser o líder varejista nos EUA que é o maior consumidor do mundo. Este poder de compra, somado ao surgimento de novas indústrias conforme os equipamentos de produção têm seus preços reduzidos e são criados facilidades de compra, caso uma indústria deixe de vender para uma rede como a Wall Mart ele perde uma grande participação de mercado, não apenas local, mas global, para outros concorrentes.
Hoje temos diversos grandes varejistas, como as Casas Bahia, Carrefour, Magazine Luiza e tantos outros. E, ao contrário dos anos 80 e inicio dos anos 90, é raro assistirmos na TV ou outros veiculo de comunicação em massa à propaganda veiculada pela própria indústria, este papel foi substituído pelos grandes varejistas, que praticamente dominam este espaço.
Neste período surgiram também grandes varejistas on-line, como a própria Dell e o Submarino e cada vez mais surge grandes varejistas para competir ainda mais.
Esta história, também ilustra que a inflação está sendo controlada, também, por esta grande competição. Hoje, não apenas os grandes varejistas estão entrando – muitas já entraram – para a web, como também os pequenos e micros varejistas.
O fundamental em toda esta história é a reformulação dos negócios. Na indústria, houve uma grande mudança, enquanto até então o principal impulso das indústrias era o de padronização de fabricação de produtos e processos de negócios, com o surgimento da internet comercial houve uma busca pela customização da produção e dos processos de negócios, atingindo assim, a excelência do marketing.
Muito já foi falado de customização, mas o que significa? Customização significa que a empresa é capaz de produzir bens diferenciados individualmente, sejam eles produtos adquiridos pessoalmente, por telefone ou on-line. Os consumidores viraram os próprios projetores (sic) de seus produtos.
Com este processo de customização nas Indústrias, surgiu uma convergência setorial, onde, por exemplo, empresas farmacêuticas deixaram de ser apenas empresas de química para tornarem-se centros de pesquisa de biogenética a fim de produzirem produtos de cosmética e alimentos nutritivos a fim de atender os mais diversos desejos de seus consumidores a partir da detecção de oportunidades de dados levantados de seus próprios consumidores graças a esta nova tendência de customização. Outro exemplo é a Kodak que passou a deixar de lado os processos químicos para utilizar processos eletrônicos para revelação de filmes e imagens digitais, a Disney que antes apenas fazia desenhos e tinha seu parque temático passa a vender produtos, licenciar marcas, etc.Toda esta história contada até o momento sobre a indústria e o varejo foi possível graças ao e-business (comércio eletrônico), que podemos definir como B2C, B2B e C2C, onde:
- B2C é o comércio eletrônico entre empresa consumidor final.
- B2B é o comércio eletrônico entre empresas.
- C2C é a reunião de consumidores on-line (grupos de discussão, fóruns, etc) que não apenas consomem um produto, mas também conversam com outros consumidores desses produtos se relacionando entre si. O chamado boca a boca virtual.
Até o momento falamos muito sobre B2C e pouco sobre B2B. O grande varejista, como por exemplo, o Grupo Martins, possui seus sistemas de B2B para comercialização e relacionamento com seus clientes, que são empresas que compras deste grande atacadista.
Há também os chamados leilões reversos, também utilizados na forma de B2B, por exemplo, um grande varejista precisa adquirir produtos e colocam a sua “necessidade” de adquirir tal produto e coloca em seu sistema de B2B seu interesse, os fornecedores/indústrias acessam este sistema do varejista e ganha aquele que oferecer o menor preço e as maiores vantagens ao varejista. O varejista por sua vez fecha todos seus pedidos através deste sistema automatizando e agilizando todos seus processos, podendo trabalhar cada vez mais com uma quantidade mínima de estoque.
Fonte: Ramos de Souza - DevMedia